segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Contos de Natal depois do Natal

Depois do Natal, se houver um tempinho, de férias ou nos transportes, antes de dormir ou numa pausa que se encontre, há que escolher um daqueles livros que tão generosamente nos depositaram no sapatinho.

Uma das leituras que o Natal nos deixou foi há muito proposta por Enid Blyton e reune, num mesmo volume, seis contos ilustrados por Mireia Coll, numa atmosfera mágica de fadas e brinquedos, duendes e partidas:

1. O Roubo dos Brinquedos do Pai Natal
2. A Oficina de
Brinquedos do Pai Natal
3. A Festa de Natal das Fadas
4. A Noite em que os Brinquedos Ganharam Vida
5. O Primeiro Natal do Coelhinho
6. Natal na Loja de
Brinquedos
Boas Leituras!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Entrevistas da Paris Review

A Tinta da China lançou recentemente um volume contendo entrevistas anteriormente publicadas na Paris Review, a partir de uma selecção feita por Carlos Vaz Marques. Trata-se de um conjunto de conversas irrepetíveis, dado que todos os entrevistados faleceram já.

Assim, podemos ficar a conhecer as impressões de vida e da criação literária de E. M. Forster, Graham Greene, William Faulkner, Truman Capote, Lawrence Durrell, Boris Pasternak, Saul Bellow, Jorge Luis Borges e Jack Kerouac.


"Quando eu escrevo, escrevo porque algo tem de ser feito. Não me parece que um escritor se deva intrometer demasiado no seu próprio trabalho. Deve deixar o trabalho escrever-se a si próprio."
Jorge Luis Borges

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um marido fantástico

Roald Dahl (1916-1990) nasceu em Llandaff, no País de Gales e deixou-nos uma obra considerável, destinada aos mais pequenos e aos adultos, onde o inesperado e o humor se conjugam para nos envolver e cativar. Gostava de escrever numa pequena casa de tijolos, que ainda hoje se encontra preservada, tal e qual como o escritor a deixou, construída num pomar na Gipsy House.

A sua ficção mereceu o reconhecimento da 7ª Arte, onde pudemos ver já adaptações de James e o Pêssego Gigante e Charlie e a Fábrica de Chocolate, por exemplo. Para breve, anuncia-se a chegada d' O Fantástico Senhor Raposo.



Como é apanágio da sua espécie, o senhor Raposo, ao ver-se perseguido pelos três agricultores terríveis Boggis, Bunce e Bean, delineia uma estratégia invencível, que lhe permite escapar aos ataques destes homens, que não recuam no intuito de castigar o vilão das suas capoeiras.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Momentos de Criatividade


Quero Ser Escritor: Manual de escrita criativa para todas as idades é um livro de Margarida Fonseca Santos e Elsa Serra, publicado pela Oficina do Livro.

Esta obra, composta por exercícios que estimulam a criatividade, permite a criação de textos variados, sob forma de diálogos, partindo de anagramas, mapas conceptuais, letras escondidas e muitas outras pistas irresistíveis.

Quero Ser Escritor constitui uma fonte agradável de actividades favorecedoras do alargamento das nossas competências criativas e de escrita; liberta o poder comunicativo e mergulha-nos no mundo dos contadores de histórias.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lançamento


Conforme pode ler-se no
blogue do JL:

Poemas Portugueses – Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI (ed. Porto Editora) é lançado hoje, terça-feira, 15, pelas 19, na Fundação Medeiros e Almeida, em Lisboa.

Vasco Graça Moura irá apresentar a obra, que reúne oitocentos anos de poesia, 267 autores e mais de dois mil textos. Estarão presentes os seus coordenadores, Jorge Reis-Sá e Rui Lage e, no final da sessão, os actores Luís Lucas, Pedro Lamares e Carmen Dolores declamarão alguns dos poemas da antologia.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A resolução

Chegou a hora.
O regresso anunciado do Rei faz-se com mais um número da revista Visão ou com o Expresso.
Este fim-de-semana, a adaptação da obra magnífica de Tolkien, ao cinema, com realização de Peter Jackson.
A não perder!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Pelo trilho do eléctrico à noite...


Um vulto prossegue de costas para a noite, alheio a nós, alheio ao eléctrico vazio
iluminado.
Envolve a dedicatória a Miguel Donas, um viajante que tocou o coração do homem
da escrita.
A vida escapou-se-lhe, logo a seguir à saúde deixando para trás tudo o mais,
atilhos de saudade.

O Viajante Sem Sono
José Tolentino Mendonça
Assírio & Alvim

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Humor e desamor

Ela dedica-se de corpo e alma às estratégias de remediação do insucesso e desmotivação dos seus alunos do 8º ano, ele procura harmonia no seu grupo de teatro desavindo, desvincular-se da família virtual que o chantageia, compreender a lógica da integração de personagens da História comum num argumento que lhe parece duvidoso.

Entre dúvidas, decepções, e passagens que nos fazem sorrir e até rir com gosto, um olhar sobre a própria vida.


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Histórias de soberanos


O jornal Correio da Manhã traz-nos 34 volumes que nos ajudam a conhecer as figuras carismáticas dos nossos reis. Todas as Quintas-feiras, a partir de dia 19 deste mês e até 11 de Março, poderá usufruir de um conjunto de obras biográficas preparadas sob a coordenação da Academia Portuguesa de História.

Encontra aqui informação sobre os dois primeiros volumes e todos os restantes:

1 – D. Afonso Henriques (1143-1185) o Conquistador Manuela Mendonça
2 – D. Sancho I (1185-1211) o Povoador Luis Miguel Duarte

sábado, 14 de novembro de 2009

Um Amigo

Uma sugestão de leitura para meninos e gente de todas as idades... que gostem de ler.

"Era uma vez uma casa pintada de amarelo com um jardim à volta.

No jardim havia tílias, bétulas, um cedro muito antigo, uma cerejeira e dois plátanos. Era debaixo do cedro que Joana brincava. Com musgo e ervas e paus fazia muitas casas pequenas encostadas ao grande tronco escuro. Depois imaginava os anõezinhos que, se existissem, poderiam morar naquelas casas. E fazia uma casa maior e mais complicada para o rei dos anões.

Joana não tinha irmãos e brincava sozinha. Mas de vez em quando vinham brincar os dois primos ou outros meninos. E, às vezes, ela ia a uma festa. Mas esses meninos a casa de quem ela ia e que vinham a sua casa não eram realmente amigos: eram visitas. Faziam troça das suas casas de musgo e maçavam-se imenso no seu jardim.

E Joana tinha muita pena de não saber brincar com os outros meninos. Só sabia estar sozinha.

Mas um dia encontrou um amigo. Foi numa manhã de Outubro.

Joana estava encarrapitada no muro. E passou pela rua um garoto. Estava todo vestido de remendos e os seus olhos brilhavam como duas estrelas. Caminhava devagar pela beira do passeio sorrindo às folhas do Outono. O coração de Joana deu um pulo na garganta."


Sophia de Mello Breyner Andresen

A Noite de Natal
Porto: Livraria Figueirinhas, 1989

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A viagem começa em Paris

O elevador Otis que sobe o pilar sul da Torre Eiffel estava a transbordar de turistas. Dentro do atravancado ascensor, um austero homem de negócios de fato engomado olha para baixo, para o rapaz a seu lado.

- Estás pálido, filho. Devias ter ficado no chão.

- Eu estou bem… - respondeu o rapaz, lutando para controlar a ansiedade. - Saio no próximo piso. Não consigo respirar.

O homem inclinou-se mais. - Achei que nesta altura já terias conseguido ultrapassar isso. - Disse, afagando afectuosamente a face da criança.

O rapaz sentiu-se envergonhado por desapontar o pai, mas mal conseguia ouvir devido ao zumbido que sentia nos ouvidos. Não consigo respirar. Tenho de sair desta caixa!

O ascensorista estava a dizer qualquer coisa tranquilizadora sobre os pistões articulados do elevador e a sua construção de ferro pudelado. Muito abaixo deles, as ruas de Paris expandiam-se em todas as direcções. Estamos quase lá, disse o rapaz para si próprio, esticando o pescoço para olhar para a plataforma de saída. Aguenta.

Enquanto o elevador subia fortemente inclinado em direcção à varanda panorâmica superior, o poço começou a estreitar e as suas barras maciças a contraírem-se de modo a formarem um apertado túnel vertical.

- Pai, acho que não -

De repente, um estalido nítido ecoou por cima das cabeças deles. A cabina moveu-se abruptamente e ficou inclinada de forma estranha para um dos lados. Cabos partidos começaram a baloiçar em redor da cabina como cobras. O rapaz agarrou-se ao pai.

- Pai!

Os olhares deles encontraram-se durante um segundo aterrorizador.

Depois o chão caiu.

Robert Langdon endireitou-se de um salto no seu banco de pele macia, despertando do seu sonho semiconsciente. Estava sozinho na enorme cabina do Falcon 2000EX privado que abria caminho através da turbulência. Lá atrás, os dois motores Pratt & Whitney roncavam regularmente.

Excerto do I capítulo do livro O Símbolo Perdido, de Dan Brown, disponibilizado pela Bertrand a partir de 29 de Outubro.

Retirado daqui.


Disponível na Edisa.

domingo, 25 de outubro de 2009

O bordado das palavras

O tempo hoje deu-nos mais uma hora para lermos. E uma hora dá para acabarmos de ler aquele livro que nos tem prendido a si, para escolhermos o que se lhe segue, para pensarmos em palavras-chave, emoções que se repetem em nós colhidas nesta ou naquela página.

Uma hora dá para ler, como se os dedos passassem leves sobre um bordado macio, uma renda de linha sedosa e fina. Uma narrativa delicada, silenciosa, evocando poemas, a figura ténue de Laura visível a alguns, perturbadora para todos os outros. As malvas, as pinturas sobrepostas, palimpsestos numa tela, numa casa, numa história, a loucura que se despe, que envolve como tecido, manto ou véu.

Uma escolha feliz em que as palavras desenham, também elas, um bordado perfeito de bem escrever.

A nossa sugestão: Isabel Fraga (2007). A Desenhadora de Malvas. Porto: Asa Editores

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

i com Pessoa

Um perfil de palavras.
O bom gosto na escolha da apresentação da colecção.
No jornal i, a escrita de Pessoa.


Uma obra a acompanhar a cada semana.
Brevemente.


Dia 30 de Outubro: Mensagem.

domingo, 18 de outubro de 2009

O rosa inconfundível da música


Henry Mancini (1924-1994), compositor, pianista e autor de arranjos musicais, deixou-nos temas memoráveis como
Moon River ou aquela música elegante, absolutamente inconfundível, que denuncia a chegada de Pink Panther.

The Pink Phink (1964) é a primeira curta-metragem onde encontramos esta figura irreverente num trabalho que granjeou o Academy Award for Short Subjects, Animated Films.

O jornal Público traz-nos todos os Sábados, de 17 de Outubro a 19 de Dezembro uma colecção de 10 DVDs, contendo 124 episódios desta série de animação divertida.

Uma boa escolha semanal.



sábado, 17 de outubro de 2009

Jornalismo e ficção


"Quero acreditar que já não estarias em casa por alturas em que cheguei mas não sei dizer. A verdade é que não te procurei. Mais uma vez. Penso que fiz as coisas do costume, penso hoje quando penso nisso que fiz as coisas do costume, terei deixado o sobretudo ao acaso, abri o frigorífico fechei abri uma outra vez, sem saber bem o que procuro, acontece-me quase sempre. As coisas do costume. Vagueei sem saber bem, o sobretudo caído alguém há-de arrumar, tu tratas disso. Do frigorífico abro fecho abro outra vez, quero pouco, não sei que quero, deixei de beber prometi-te acho que te prometi, não sei que beba."

sábado, 10 de outubro de 2009

Prémio Nobel da Literatura 2009


Herta Müller, romancista, poeta e ensaísta de Língua Alemã, natural de Nitzkydorf, aldeia próxima de Timisoara na Roménia, foi galardoada com o Prémio Nobel da Literatura de 2009.

Da sua obra, dispomos já, em Portugal, de obras traduzidas como: A Terra das Ameixas Verdes (publicada pela Difel em 1999) e O Homem é um Grande Faisão Sobre a Terra (com publicação de 1993, da responsabilidade da Editora Cotovia).


No Brasil, encontramos, ainda, O Compromisso (disponibilizado pela Editora Globo).


A escolha de Herta Müller fica a dever-se,
no dizer do comité, ao facto de ser alguém

"who, with the concentration of poetry and the frankness of prose, depicts the landscape of the dispossessed".

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Na corte de Henrique VIII

Thomas Cromwell foi conselheiro de Henrique VIII no tempo dos Tudors, na década de 1520. Assistiu aos acontecimentos polémicos que viriam a provocar uma cisão entre o soberano e a Igreja, pondo em causa o sacramento do matrimónio.

Hilary Mantel investiu-o de protagonismo na sua obra Wolf Hall, que agora lhe valeu a obtenção do Man Booker Prize, na edição de 2009.

A autora nasceu a 6 de Julho de 1952, em Glossop, na região do Derbyshire, tendo, também, raízes na Irlanda. Estudou Direito e trabalhou como Assistente Social, viveu no Bostwana e na Arábia Saudita, regressou à Grã-Bretanha na década de 80. A escrita de Hilary, no domínio da ficção e da crítica, bem como do ensaio, tem merecido diversas distinções e nomeações, nomeadamente o Shiva Naipaul Memorial Prize (1987).

Aguardemos, pois, a publicação dos seus trabalhos em Língua Portuguesa.



domingo, 4 de outubro de 2009

Do Essex ao Nilo

Até ao dia 27 de Fevereiro, o jornal Correio da Manhã continua a trazer-nos, todos os Sábados, histórias de suspense e verdadeiros desafios policiais, entretecidos pela mestre Agatha Christie.

O Misterioso Caso de Styles (1916) narra-nos a primeira aventura de Hercule Poirot que, em conjunto com o seu amigo Capitão Hastings, a recuperar de um ferimento de guerra, no Essex, desvenda o caso enigmático do envenenamento da senhora Emily Inglethorpe.

Para a semana, prepare-se para ler
Morte no Nilo (1937), uma das obras emblemáticas da autora.



quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ao som do vento e das gargalhadas

Passada a última casa, começava a descida da serra. À medida que iam andando, a jogar a cabra – cega com as fragas, a aldeia, cada vez mais distante e cingida ao seu bioco de colmo, lembrava uma mãe abandonada. E alguém cantou:


Adeus, adeus, minha terra,

Berço da minha alegria,

Penaguião vem de pena,

Mariana de Maria


As raparigas deixavam vir à tona os encantos soterrados, os rapazes davam largas à inspiração, e os velhos iam pouco a pouco perdendo também o ar encardido, num renovo de esperança. Cada palmo percorrido era uma ruga a menos, na alma e no corpo.
[...] Em S. Martinho, primeira terra do Doiro, e por isso com um patrono vinhateiro, beberam. No eiró da terra formaram roda, o harmónio, o bombo e os ferrinhos acertaram a voz, e, saltando.

Miguel Torga, Vindima

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Dia Europeu das Línguas


Sábado, dia 26 de Setembro, comemora-se o Dia Europeu das Línguas - celebração instituída pelo Conselho da Europa em 2001.

O plurilinguismo que define o nosso planeta em nada distancia os indivíduos e é através da aprendizagem de novas línguas que mais
nos aproximamos do outro, da sua cultura, da sua literatura também.

Graças aos tradutores, as barreiras linguísticas que não nos permitiriam compreender clássicos escritos num código diferente do nosso, dissipam-se e mais alargam o nosso saber das letras e dos homens.

Aqui ficam, pois, algumas referências que o conhecer de mais do que uma língua permitiu tornar universais.




sábado, 19 de setembro de 2009

Cordão de Leitura - hoje e amanhã


- Encontros com escritores portugueses
- Ateliers sobre o livro e a leitura
- Leituras pela voz de escritores, actores e outras personalidades
- Tertúlias com escritores e outras individualidades
- Exposição Pedras de Leitor
- Passatempo "fim-de-semana literário": habilite-se a ganhar
um fim-de-semana para duas pessoas, no Hotel do Bairro Alto,
na companhia dos nossos livros.

Os clássicos ao Sábado


O semanário Expresso oferece-nos, esta semana, o primeiro volume da colecção Clássicos da Humanidade, anteriormente lançados pela Editora Sá da Costa. Reescritas por outros nomes sonantes da nossa literatura, como João de Barros, Aquilino Ribeiro e António Sérgio, ilustradas por André Letria, estas são obras "contadas às crianças e lembradas ao Povo".

Trata-se de uma colecção imperdível a lançar outro olhar sobre pilares da Literatura Mundial.
O primeiro volume conta-nos as vivências e pinta o exotismo das civilizações sob o olhar de um português no Oriente. Um homem que foi soldado, negociante, pedinte, embaixador, cortesão, jesuíta, pirata "treze vezes cativo e dezassete vezes vendido". (Aqui)

1. Peregrinação - 19 de Setembro - GRÁTIS

2. Os Lusíadas - 25 de Setembro - 1€ com oferta da Caixa Arquivadora

3. As viagens de Gulliver - 3 de Outubro - 1€

4. Odisseia - 9 de Outubro - 1€

5. História Trágico Marítima - 17 de Outubro - 1€

6. A Eneida - 24 de Outubro - 1€

Preço total da colecção: 5€.

Sobre a obra, na sua versão original, aqui fica um documento vídeo:


terça-feira, 15 de setembro de 2009

Born in the USA


A voz rouca de Bruce Springsteen, acompanhado pela E Street Band, faz-se ouvir de início em "Born in the USA", tema que deu nome ao álbum de 1984. Mais adiante, exulta em "Dancing in the Dark" .
Conforme a publicação que acompanha o cd do Boss, na nova colecção que a Editora Planeta DeAgostini agora lança, a difusão do videoclip desta mesma canção viria a tornar o cantor num fenómeno de massas. Igualmente, sete dos temas deste trabalho estiveram no Top Ten.

No dia 23 deste mês, o Boss, celebra o seu 50º aniversário.



domingo, 13 de setembro de 2009

Regresso

"Requiem" de Mozart

I

Ouço-te, ó música, subir aguda
à convergente solidão gelada.
Ouço-te, ó música, chegar desnuda
ao vácuo centro, aonde, sustentada
e da esférica treva rodeada,
tu resplandeces e cintilas muda
como o silente gesto, a mão espalmada
por sobre a solidão que amante exsuda
e lacrimosa escorre pelo espaço
além de que só luz grita o pavor.
Ouço-te lá pousada, equidistante
desse clarão cuja doçura é de aço
como do frágil mas potente amor
que em teu ouvir-te queda esvoaçante.

Jorge de Sena partiu da vida a 4 de Junho de 1978, em Santa Bárbara, Califórnia. Os seus restos mortais foram recebidos, a 11 de Setembro de 2009, na cidade que o viu nascer, ficando depositados no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.



quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Os Passageiros do Vento


Os Passageiros do Vento é o nome de uma série de BD, com argumento e desenhos de François Bourgeon, que o jornal Público, traz consigo todas as Quartas-feiras até 7 de Outubro, a partir de hoje.


No primeiro álbum, A Rapariga no Tombadilho, viajamos a bordo de uma fragata da marinha real francesa. No navio de guerra Foudroyant, o marinheiro Hoel é posto a ferros após se ter imiscuído numa zona da embarcação que lhe estava vedada. A sua transgressão nascera da curiosidade face à visão de duas raparigas no tombadilho.

É, então, na condição de prisioneiro que recebe a visita de Isa, a passageira cuja presença o intrigara antes e que lhe conta uma história surpreendente de usurpação de identidade e de traição, da qual ela própria fora vítima.

A jovem torna-se uma verdadeira heroína do final do século XVIII, destemida e engenhosa, disposta a ganhar a sua própria identidade e a reparar as agruras da vida.

A amizade que liga Isa a Hoel torna-se porto de embarque para fabulosas aventuras pelos mares, tornando-os "passageiros do vento".


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Histórias nocturnas com música

Kazuo Ishiguro, escritor japonês, nascido em Nagasaki, a 8 de Novembro de 1954, foi viver com a família no Reino Unido em 1960. Dessa convivência entre as duas culturas resultou uma obra largamente premiada e referenciada, entre contos, argumentos para televisão e romances.
Pela mão da Gradiva, chega-nos agora
Nocturnos: Cinco Histórias Sobre Música e o Cair da Noite.

No
sítio editorial pode ler-se:

Em Nocturnos, Kazuo Ishiguro explora os temas do amor, da música e da passagem do tempo. Das piazze italianas às colinas de Malvern, de um apartamento londrino à zona «reservada» de um luxuoso hotel de Hollywood, encontramos nestas páginas uma singular galeria de personagens – de jovens sonhadores a músicos de café e a vedetas em declínio – num momento particular de reflexão e de reavaliação das suas vidas.

Terno, íntimo e cheio de humor, este quinteto de histórias é marcado por um motivo recorrente: o esforço para preservar o sentido do romance na vida. É um livro para quem se recusa a perder a esperança e teima em ver o lado positivo de tudo o que de bom e mau sucede. Lições de vida e a vida em lições de mestria narrativa.


sábado, 1 de agosto de 2009

Como amanhã é Domingo...


a mesa é feia e baixa, a cozinha escura e alta.

a mesa é feia e baixa, a cozinha escura e alta.

e elas? são duas, mulheres, estranhamente longilíneas.

O tampo limpo. Os copos secos. A lâmpada mal enroscada.

A roupa a bater nos vidros.

Batem à porta. Deixa entrar. É só vento. Deixa passar.

amanhã é domingo.





Ana Paula Inácio (2000)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

The Murder at Road Hill House


Kate Summerscale, escritora de língua inglesa, nasceu em 1965, tendo passado os primeiros anos da sua vida no Japão, em Inglaterra e no Chile.

Trabalhou na área do jornalismo e destacou-se ainda no universo da literatura. Dez anos separam o Somerset Maugham Award (1998) e o Samuel Johnson Prize for Non-fiction (2008), que lhe foram atribuídos, respectivamente, pelas obras: The Queen of Whale Cay e The Suspicions of Mr Whicher or The Murder at Road Hill House - esta última, publicada no nosso país, recentemente, com a chancela da Bertrand Editora.

A acção decorre por volta de 30 de Junho de 1860. Pouco depois da meia-noite, ouve-se um cão ladrar e um achado terrível em casa da respeitável família Kent, pela manhã, traz à cena Jack Whicher da Scotland Yard, mas também o peso das suspeitas que caem sobre todos os que se encontravam na residência.

A vítima é um rapazinho de três anos, as revelações finais, espantosas.


Sobre esta obra, Doris Lessing afirmou:

I can’t think of another book which takes you so fast into the smells, tastes and atmosphere of that time.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A Lua


Quarenta anos volvidos desde a chegada do homem à Lua, o programa Câmara Clara, transmitido pela rtp 2, no dia 19 de Julho, proporcionou-nos mais um momento agradável, criado pela apresentadora e pelas suas convidadas, discorrendo sobre tão assinalável feito da Ciência, bem como as respectivas manifestações na Arte e outras áreas.

De entre as sugestões apresentadas, todas elas relevantes, aqui fica um destaque para uma obra da autoria do geólogo Scott L. Montgomery: Lua.

Para este autor, o planeta arquetípico reveste-se de um absoluto fascínio, observado à luz da Geologia, da Filosofia, da Arte e da Religião, por onde nos conduz ao longo de diversas épocas da História universal.

Também no cinema, a lua se tornou num clássico:


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Policial entre os livros


A Promessa do Livreiro é o terceiro livro de John Dunning, onde nos cruzamos com Cliff Janeway, numa teia policial com coleccionadores, amantes de livros, livreiros e outros.

Janeway é um ex-polícia que se estabelece, precisamente, como livreiro em Denver e que, no início deste volume, adquire uma primeira edição assinada por Richard Burton, um linguista e tradutor do século XIX, mediante o pagamento de uma quantia avultada, em leilão. Esse gesto atrai a atenção dos Media e de oportunistas que lhe tentam vender outros livros.

Josephine Gallant também se abeira de Janeway para reclamar para a sua família a posse de tão precioso livro - roubado havia já 80 anos.


Conforme pode ler-se no sítio editorial:

Como prova, entrega a Janeway uma primeira edição de Burton, autografada. Dias depois, uma mulher é assassinada por causa do livro. Outras três pessoas parecem estar ligadas ao crime: um brutamontes sem apelido, um vencedor do prémio Pulitzer e uma bela advogada. Durante a investigação, surge outro enigma: por que razão Richard Burton teria estado durante três meses no interior dos Estados Unidos, pouco antes da Guerra Civil? Terá sido um espião?
* Preço de Verão limitado ao stock existente.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Depois da estrada


Jack Kerouac (Jean Louis Kerouac), escritor norte-americano, teve, em conjunto com William S. Burroughs e Allen Ginsberg, o seu nome ligado a um grupo famoso denominado como "Beat Generation".

O autor, conhecido pela sua vida ligada à estrada e ao consumo de drogas, encontrou, em 1954, na biblioteca de San Jose, um exemplar de uma Bíblia Budista de Dwight Goddard, que conquistou a sua atenção e a sua escrita.

Recentemente publicado, Acorda! - A Vida do Buda, marca esse encontro com a espiritualidade e com o budismo, tratando-se de uma obra sobre a vida e a obra de Siddharta Gautama, o Buda.

sábado, 18 de julho de 2009

Se ficar em casa


A revista TV Guia traz consigo um dvd do filme August Rush, de 2007, com Freddie Highmore, Keri Russell, Jonathan Rhys Meyers, Robin Williams e Terrence Howard, realizado por Kirsten Sheridan.

Lyla e Louis amantes da música têm um encontro fugaz e não resistem à paixão que os prende desde o início. Contudo, Lyla é arrancada dos braços do jovem, pelo seu pai que, mais tarde, a convence da morte do pequeno Evan, nascido desse mesmo romance tão breve.

Depois de ter sido criado num orfanato, August parte em busca dos pais. Músico de grande talento, cedo atrai a atenção de Maxwell 'Wizard' Wallace, que passa a explorar o rapazito, levando-o a tocar nas ruas para ganhar dinheiro para ele, numa evocação de Oliver Twist.

Se sair de casa

Aqui fica uma sugestão.
A uma distância considerável da publicação do livro, eis que surge a tão esperada adaptação ao grande écran de Harry Potter and the Half-Blood Prince. Depois, se quiser "rever" algumas das passagens mais significativas, bastará revisitar a obra de J. K. Rowling.
Bom Sábado!


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Super-heróis no cinema

Super-Heróis é o título de uma colecção de 15 dvds, que o jornal Público traz consigo às Sextas-feiras.

Depois de Batman, é a vez de Spiderman chegar até nós, num filme de 2002, com realização de Sam Raimi, contando com Tobey Maguire no papel principal, contracenando com William Dafoe, Kirsten Dunst e James Franco.

Sexta-feira é, pois, dia de ver ou rever mais uma aventura cheia de acção destes heróis de sempre.

Bossa Nova ao Sábado

O jornal Público vai embalar-nos, ao Sábado, a partir de 11 de Julho, com as vozes da Bossa Nova, disponibilizando, por €6,90, um livro e um CD dedicados a cada nome sonante.

Vai gostar de ouvir: Vinicius de Moraes, Baden Powell, Sylvia Telles, Carlos Lyra, Nara Leão, João Donato, Miucha, Roberto Menescal, Marcos Valle, Johnny Alf, Maysa e Tom Jobim.


segunda-feira, 29 de junho de 2009

A Vida nas Árvores


O Barão Trepador de Italo Calvino (1923-1985), publicado originalmente em 1957, é agora reimpresso pela Editorial Teorema. Esta obra faz parte da trilogia heráldica, Os Nossos Antepassados, onde o fantástico, o cómico, o excêntrico e o absurdo nos falam de personagens como um cavaleiro inexistente e um visconde cortado ao meio.

Cosimo, ao contrário de ambos, é um adolescente que mantém a sua integridade física, mas pretendendo desafiar a autoridade paterna, decide mudar-se para a copa das árvores, sem ceder a quaisquer pressões para voltar a tocar o solo.

É com admirável destreza que transforma a sua vida na sociedade vegetal numa existência normalíssima, onde ama, joga, lê, protege as árvores e até investe no polimento intelectual de um ladrão ameaçador que dele se abeira.
Atento à sua época, a homens como Napoleão e Diderot, decide publicar Progetto di Costituzione di uno Stato ideale fondato sugli alberi.