terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Que capas nos escolhem?


No blogue referente à literatura do Guardian, Robert McCrum menciona uma promoção divulgada no sítio da AbeBooks, e que destaca a qualidade do trabalho de design na produção da capa de um livro.

Esta iniciativa, intitulada "Thirty Novels Worth Reading for the Cover Alone" prova-nos que nos podemos deixar cativar pelo bom gosto gráfico que uma obra ostenta logo no exterior.

McCrum reforça esta ideia e acrescenta "So the blurb must be short and punchy, and the cover must make a winning pitch. Ideally, it should display a strong, memorable image."

O risco, ainda segundo este autor, é que podemos ir a uma livraria em busca de um livro e trazer outros mais, sem o termos planeado.
Seduz-nos a capa e é absolutamente de louvar o trabalho destes profissionais que assim contribuem para a arte dos livros.


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Vista panorâmica para os livros



Com toda a doçura que o nome Chocolate Para a Alma transporta foi-nos atribuído o Prémio Dardos - desde já, muito obrigada à Rita Mello, que assim nos honrou.

“O Prémio Dardos reconhece os valores que cada blogger mostra cada dia no seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas letras, entre as suas palavras.”
  • Possui três regras:
1 – Aceitar exibir a imagem; 2 – Linkar o blogue do qual recebeu o prémio; 3 – Escolher 15 blogues para entregar o Prémio Dardos.

Com a graciosidade própria de uma deusa, Pallas Athenas, honrou-nos com o Prémio Vale a Pena Acompanhar Este Blogue, cujas regras são as seguintes:

1 -Exibir a imagem; 2 -Linkar o Blog do qual recebeu o prémio;

3 -Escolher 15 Blogs para entregar os prêmios e avisá-los.

Para os dois prémios gostaria de nomear:

1. Livreo
2. Chocolate Para a Alma
3. Estante de Livros
4. Folhas de Papel
5. Floresta das Leituras
6. Marcador de Livros
7. ... viajar pela leitura...
8. Leituras das Marias
9. Sombra dos Livros
10. Devaneios Dulcíssimos Amaríssimos
11. Muito para Ler
12. Os Livros de Sofia
13. Mil Livros, um Sonho
14. Livros e Leituras
15. Nossos Romances

Obrigada pelo prazer que é ler-vos! :)

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Das letras para a mesa



O gosto culinário refinado de Eça povoa as suas obras de referências à boa mesa, que decora, nas suas palavras, com cuidado, mencionando cristais, louças e toalhas, com os quais degusta Chocolate Quente, Ovos Brouillés, Ostras de Marennes, Cozido, Poulet aux Champignons, Fritada Tremenda de Sardinhas e Ovos, Pato com Azeitonas, Civet de Lièvre, Plum Pudding, Ovos Moles de Aveiro, Neve à la Vanille, Pastéis de Nata, Empadas de Rosas, Vinho Quente com Canela e Cravo e outras iguarias.

Neste contexto referencial, Maria Antónia Goes, arquitecta de formação, apresenta-nos um trabalho absolutamente delicioso, resultante do levantamento das várias ocorrências de momentos dedicados, assim, à gastronomia na obra queirosiana.

À Mesa com Eça de Queirós é um convite irrecusável, onde pode ficar a conhecer a cozinha do tempo do escritor, atrever-se a recriar os pratos da sua escolha, mediante o acompanhamento das receitas que Maria Antónia Goes incorporou neste volume, fruto de pesquisa aturada, conduzida em documentos ligados à gastronomia no século XIX.

No prefácio, da autoria de Loy Rolim, pode ler-se:
A arte de cozinha tem algo de comum com a literatura. Os escritores, os poetas não escapam à divina tentação da invenção culinária e do desafio aos sabores.
Venha, então degustar a gastronomia que Eça serviu nas suas obras...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Seis ligações importantes, seis detalhes breves


O blogue Marcador de Livros ofereceu-nos o prémio 66?. Foi uma distinção muito amável e que muito nos honra.

Associadas ao prémio estão 6 regras:


1. Linkar a pessoa que o/a indicou.
2. Escrever as regras no blogue.
3. Contar 6 coisas aleatórias sobre si.
4. Indicar mais 6 pessoas e colocar os links respectivos no final do post.
5. Deixe a pessoa saber que a indicou, deixando um comentário para ela.
6. Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.

Seis coisinhas sobre mim:

1. Trago quase sempre um livro comigo.
2. A minha autora, de língua portuguesa, preferida é Ana Paula Inácio.
3. Gosto de morar perto do mar.
4. Costumava ouvir novelas radiofónicas quando era criança.
5. Gosto muito de poesia.
6. Gostava de ler Don Quijote de La Mancha.

Seis blogues que indico, e que gosto de acompanhar:


* Marcador de Livros
* Floresta das Leituras
* Marcadores no Tempo
* Jane Austen Club
* Viajar Pela Leitura
* Chocolate Para a Alma

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Insanidade e segredos


Regressemos à literatura victoriana, onde encontrámos já Emily Brontë. A propósito desta autora, detenhamo-nos na escrita gótica no feminino, popularizada pelas suas irmãs, por Ann Radcliffe e Mary Shelley, por exemplo, ou na poesia de Emily Dickinson. Une-as o gosto pela produção literária numa época em que a primazia é dada ao homem - Mary Anne Evans tornou-se famosa escrevendo sob o pseudónimo masculino de George Eliot. Confinadas a um espaço físico e social que as limita, libertam-se através da escrita.

Sandra M. Gilbert e Susan Gubar destacam a figura da louca ocultada, trancada num sotão, conforme acontece com Bertha, personagem de Jane Eyre. Na sua obra The Madwoman in the Attic: The Woman Writer and the Nineteenth-Century Literary Imagination propõem-nos uma abordagem da figura feminina no universo ficcional do século XIX, sem perder de vista as próprias escritoras. Nestas obras, está patente a dicotomia entre a mulher anjo e a mulher monstro, que encontram em Doctor Jekyll e Mr Hyde (de Robert Louis Stevenson) um correlativo, no masculino.

A insanidade e a melancolia favorecem o isolamento voluntário ou imposto. A perfidez da mulher fatal1 , sedutora e traçoeira (cantada por Keats em "La Belle Dame Sans Mercie" - poema aqui ilustrado por uma reprodução da autoria de Sir Frank Dicksee) raramente se vê recompensada; a inocência fortalecida é premiada a vários níveis.

Sem conhecimento do que determina a ocorrência de manifestações de histeria, na obscuridade dos espaços e do tempo, tornamo-nos presas do terror e insegurança que envolvem as personagens. Freud fornece-nos uma pista através do conceito de "uncanniness", traduzido, na nossa língua, através da expressão "sentimento de algo ameaçadoramente estranho" - assusta-nos o que desconhecemos, o que é estranho.

No seu texto, publicado entre nós, pela Europa-América2, Freud fala-nos ainda do "duplo", do "déjà vu", que mais alimentam a sensação de desconforto.

1 Sugestão de leitura: http://tinyurl.com/ccrfxa
2 Textos Essenciais Sobre Literatura, Arte e Psicanalise.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Formatos de chocolate

A começar, um saquinho de bombons requintados.
Um toque gracioso de paladar achocolatado numa semana, a adoçar o ouvido...
Depois, na semana seguinte, uma história temperada de paixões mal contidas, transformadas em exotismo culinário.
A culminar, numa aldeia francesa, num tempo próximo da época Pascal, o chocolate e o jejum penitencial enfrentam-se perigosamente. Doçura e rebeldia escondem-se por detrás destas obras onde o amor é personagem central.

Este mês, por 1 €, com a revista Caras, declarações de afectos profundos, com aroma a chocolate.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Namorando com as letras


A pretexto de aflorar o dia de São Valentim, a referência a um clássico da literatura Romântica inglesa: Wuthering Heights, por cá traduzido como O Monte dos Ventos Uivantes ou dos Vendavais.

Nesta obra, Emily Brontë criou um cenário tão agreste e tempestuoso como as paixões indomáveis com que liga personagens e tempo, suspensos nas contenções impostas pela época. Cathy Earnshaw é a jovem que se enamora, para sempre, de Heathcliff, incorrendo numa série de obstáculos intransponíveis.

Wuthering Heights
é um lugar de emoções poderosas descritas no feminino sob o nome de uma das irmãs Brontë - uma leitura de sempre.

Para conhecer outra versão:
http://tinyurl.com/bhvaep

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Fitzgerald com Getz ao fundo

Sugestão ao fim do dia:

Um serão confortável.
O jazz intimista de
More Stan Getz for Lovers, ao fundo.
Um clássico nas mãos:
O Grande Gatsby1 e o universo de F. Scott Fitzgerald, numa América entre as duas Guerras, de cenário colorido por festas glamorosas e desconfianças, alguma futilidade e exuberância, numa época em que o Jazz floresce e a Grande Depressão se aproxima apenas.
As personagens cruzam-se, num emaranhado de interesses e secretismo de vidas pouco claras.

1 Um dos 100 Romances de Sempre Escritos em Língua Inglesa, segundo a revista Time.

[...]it's one of the most quintessentially American novels ever written.—L.G.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Q and A


Chegou recentemente ao cinema "
Slumdog Millionaire", do realizador britânico Danny Boyle, baseado no romance Q and A (publicado, no nosso país, pelas Edições Asa com o título Quem quer Ser Bilionário?) de Vikas Swarup.

Ram, jovem
empregado de mesa de Bombaim, em torno de quem a história gira, comete a proeza extraordinária de vencer um popular concurso de televisão, respondendo a todas as questões, tornando-se milionário. Ao invés de sucesso temperado com festejos, o rapaz é preso. A razão desse desfecho inesperado prende-se com o facto de Ram simplesmente não ler jornais, nem sequer ter frequentado o ensino, o que vem adensar as suspeitas de fraude.