quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Feminino Singular

Sveva Casati Modignani virá a Portugal apresentar o seu mais recente romance: Feminino Singular, onde partimos do conhecimento de Martina Agrestis e passamos a um universo de outras mulheres. Nesta família, também se desvenda esta figura central, com contornos inesperados, cuja morte ocorre na véspera de Natal.

Mãe de três filhas - cada uma de um pai diferente -, Matina é uma mulher corajosa e batalhadora que se vê realizada nessa condição de progenitora.

Sobre esta personagem, Sveva terá afirmado:

Martina Agrestis, la protagonista di Singolare femminile, è la figura nella quale mi identifico quasi totalmente. Mi assomiglia il suo piacere per la lettura, l’apertura mentale più coraggiosa di quella delle femministe, l’indole caparbia e il gusto per l’ozio. Poiché sono nata sotto il segno del Cancro, amo l’ozio e la mia casa. Schiodarmi dalle mie stanze è un’impresa faticosissima. Lavorare accanitamente, come faccio da anni, superando l’inclinazione per l’ozio, è una stortura che mi viene dall’ascendente in Capricorno. E un po’ anche dal senso del dovere che è nel mio DNA. (in http://svevacasatimodignani.ormedilettura.com/)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Alteridade e crescimento



For he comes, the human child,
To the waters and the wild
With a faery hand in hand,
From a world more full of weeping than he can understand.
(1886, W. B. Yeats - "The Stolen Child")


Keith Donohue colheu inspiração neste poema de W. B. Yeats e escreveu A Criança Roubada, romance cuja acção começa num tempo como este, numa noite de um Verão, num universo fantástico. Escondido na cavidade de uma árvore oca, o pequeno Henry Day de sete anos apenas é descoberto e raptado por um grupo de trasgos. No seu lugar colocam um duplo.

Henry passa a chamar-se Aniday e passa para sempre a ter sete anos de idade. O seu substituto, por sua vez, mostra-se um exímio pianista, o que intriga o pai e o leva a ponderar a hipótese de estar junto a um intruso.


Ambas as crianças, afastadas do seu espaço, tomam as rédeas da narrativa e mergulham num processo de auto-conhecimento, de descoberta da sua identidade que se vai esbatendo com o tempo. Afinal, o trasgo colocado no lugar de Henry também fora uma criança roubada.

domingo, 3 de agosto de 2008

Cartas de amor para Sam

Querido Sam, a minha vida mudou no momento em que nasceste....

Daniel Gottlieb, psicólogo, responsável por um programa de rádio, com muita popularidade - "Voices in the Family," - na WHYY (Philadelphia) é também autor de livros, entre os quais
Cartas para Sam.

Nesta obra, o autor escreve ao seu neto a quem foi diagnosticada uma Perturbação Desintegrativa do Desenvolvimento, associada a um termo perturbador: o Autismo. Também o avô enfrentou um desaire e, na sequência de um acidente a sua vida sofre uma viragem dramática, deixando-o quadraplégico.
Nas palavras do autor, une-os uma vulnerabilidade que os torna mais fortes. Daniel escreveu ao pequeno Sam para lhe falar sobre a sua vida, para se dar a conhecer ao pequeno, para lhe falar do mundo onde ele vai crescendo, para tornar possível a criação de um mundo melhor, passível de influenciar, quer o rapazinho, quer os próprios leitores.

Na página de Daniel Gottlieb podemos ler:

As you get older, Sam, I will have more to say about how I’ve learned to cope with people staring at me or treating me differently. We can talk about fear, injustice, God, and the tiny little gifts that sometimes live inside of adversity.

But I believe there’s another part of my job with you. I also have to help you never, ever forget what you knew at the age of six months. You knew what the angels looked like, and on the day of my father's funeral, you acted like one.

Love,
Pop