terça-feira, 5 de agosto de 2008

Alteridade e crescimento



For he comes, the human child,
To the waters and the wild
With a faery hand in hand,
From a world more full of weeping than he can understand.
(1886, W. B. Yeats - "The Stolen Child")


Keith Donohue colheu inspiração neste poema de W. B. Yeats e escreveu A Criança Roubada, romance cuja acção começa num tempo como este, numa noite de um Verão, num universo fantástico. Escondido na cavidade de uma árvore oca, o pequeno Henry Day de sete anos apenas é descoberto e raptado por um grupo de trasgos. No seu lugar colocam um duplo.

Henry passa a chamar-se Aniday e passa para sempre a ter sete anos de idade. O seu substituto, por sua vez, mostra-se um exímio pianista, o que intriga o pai e o leva a ponderar a hipótese de estar junto a um intruso.


Ambas as crianças, afastadas do seu espaço, tomam as rédeas da narrativa e mergulham num processo de auto-conhecimento, de descoberta da sua identidade que se vai esbatendo com o tempo. Afinal, o trasgo colocado no lugar de Henry também fora uma criança roubada.

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