O elevador Otis que sobe o pilar sul da Torre Eiffel estava a transbordar de turistas. Dentro do atravancado ascensor, um austero homem de negócios de fato engomado olha para baixo, para o rapaz a seu lado.
- Estás pálido, filho. Devias ter ficado no chão.
- Eu estou bem… - respondeu o rapaz, lutando para controlar a ansiedade. - Saio no próximo piso. Não consigo respirar.
O homem inclinou-se mais. - Achei que nesta altura já terias conseguido ultrapassar isso. - Disse, afagando afectuosamente a face da criança.
O rapaz sentiu-se envergonhado por desapontar o pai, mas mal conseguia ouvir devido ao zumbido que sentia nos ouvidos. Não consigo respirar. Tenho de sair desta caixa!
O ascensorista estava a dizer qualquer coisa tranquilizadora sobre os pistões articulados do elevador e a sua construção de ferro pudelado. Muito abaixo deles, as ruas de Paris expandiam-se em todas as direcções. Estamos quase lá, disse o rapaz para si próprio, esticando o pescoço para olhar para a plataforma de saída. Aguenta.
Enquanto o elevador subia fortemente inclinado em direcção à varanda panorâmica superior, o poço começou a estreitar e as suas barras maciças a contraírem-se de modo a formarem um apertado túnel vertical.
- Pai, acho que não -
De repente, um estalido nítido ecoou por cima das cabeças deles. A cabina moveu-se abruptamente e ficou inclinada de forma estranha para um dos lados. Cabos partidos começaram a baloiçar em redor da cabina como cobras. O rapaz agarrou-se ao pai.
- Pai!
Os olhares deles encontraram-se durante um segundo aterrorizador.
Robert Langdon endireitou-se de um salto no seu banco de pele macia, despertando do seu sonho semiconsciente. Estava sozinho na enorme cabina do Falcon 2000EX privado que abria caminho através da turbulência. Lá atrás, os dois motores Pratt & Whitney roncavam regularmente.
Excerto do I capítulo do livro O Símbolo Perdido, de Dan Brown, disponibilizado pela Bertrand a partir de 29 de Outubro.
Retirado daqui.
Disponível na Edisa.